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sábado, 3 de julho de 2010

Saudade já tem nome





Difícil falar de saudade, mais difícil é falar de um melhor amigo, um irmão que se foi, eu sei, e tento sempre relembrar que ele foi morar em SP para conquistar mais vitórias, pois vitorioso ele já é, foi buscar o que é seu, porém existem tantos "questionamentos" em meu peito.
E o quarto ao lado que ficou vazio?
E as madrugadas que a gente virava conversando ou ele implicando comigo?
E com quem agora eu vou chegar em casa e falar dos pacientes que eu atendi?
E quem é que vai acabar com a Coca-Cola da geladeira?
E quem vai bagunçar a casa com o som do seu rock n' roll?
Quem vai traduzir as músicas em inglês?

Sim, acreditem, eu estou falando do meu irmão, do  meu herói, o cara do sorriso mais lindo que eu conheço e da risada mais sincera que se pode ter.
Tantos de vocês vivem a discutir com seus irmãos, talvez não possam entender direito esse nó que tomou conta do meu peito depois que ele pegou aquele avião, mas acreditem,  não queiram ver o quarto ao lado vazio, tenham a certeza que até os dias em que seu irmão(a) morrem de implicar vocês sentirão falta, e amargamente vai doer o lugar vazio na mesa de jantar.

E o eterno Nelson Gonçalves já dizia "naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim"

Fico por aqui com olhos marejados e um tanto melancólica, mas peço um favor, abracem o irmão de vocês, porque esse irmão(a) preenche um lugar no seu coração que talvez nem você e nem ele saibam.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Demolindo!

Hoje, por minha infelicidade, acordei com o barulho dos tratores; ao redor da minha casa estão construindo prédios, e para isso estão destruindo casas, fico tão melancólica quando vejo casas resumidas a pedregulhos, não sei se sou ou estou excessivamente melancólica, mas acho um afronto demolir casas, ninguém sabe os dias tristes e felizes que pessoas, amigos, seres humanos, gente igual a gente vivenciou em cada cantinho daquele que chamavam de Lar.
Pela minha janela dá pra ver uma piscina que havia em uma casa, pus-me a imaginar quantos adultos hoje, em sua velha infância vararam dias brincando de quem fica mais tempo debaixo d'agua terminando com os dedos enrugados de frios, quem se atreverá a dizer que não sente saudades disso?
E quantos entes queridos faleceram nesta casa, talvez esta não seja uma lembrança fácil de se guardar deste lugar, mas o que se há de fazer? A Morte chega para todos, felizes ou infelizes, ricos ou pobres, feios ou bonitos todos irão um dia estar "a 7 palmos do chão", e ninguém sabe se nesta casa existia um cantinho certo em que uma querida avó, hoje falecida, passava seus dias a tricotar, a encher seus netinhos de mimos, o fato é que por muito pouco ou até por muito nós temos nos vendidos a grandes construtoras, vendendo nossa infância, vendendo o cantinho de nossa vovó, vendendo o nosso Lar.
Será que existe moeda no mundo que pague o que vivemos em cada canto da nossa velhinha e preciosa casa de esquina ?